quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

RECIFE: CIDADE COM MAGIA!

VIVA O RECIFE - TURISMO

A Cidade do Recife tem um grande potencial turístico, atraindo pessoas de toda parte do mundo. As praias de águas mornas, o clima tropical durante quase todo o ano, o terceiro maior pólo gastronômico do Brasil, com a variada culinária pernambucana, o maior aeroporto do Nordeste e uma rede hoteleira capaz de absorver a demanda na alta estação.
O pólo cultural do Recife Antigo, o Pátio de São Pedro, a Casa da Cultura, os mercados públicos são grandes atrativos. A cultura típica, o artesanato e um calendário anual incrementado de eventos, faz de Recife uma cidade convergente da cultura Nordestina.
O carnaval em Recife tem como marca principal o GALO DA MADRUGADA a maior agremiação do mundo arrastando mais de um milhãso de foliões no Sábado de Zé Pereira(segundo o livro dos recórdes). Carnaval multicultural só em Recife.
PARTICIPE DESTA FESTA!

CARNAVAL É ASSIM!


OLINDA, QUERO CANTAR...!

CARNAVAL DE OLINDA - HOMEM DA MEIA NOITE

FREVO: REVENDO SUA HISTÓRIA

THALES GALHARDO.
Professor e
pesquisador social.

Sabe-se através da oralidade que havia em Campo Grande (bairro do Recife) uma agremiação chamada “Empalhadores do Feitosa” (rua Larga do Feitosa) que em 1907 saiu às ruas com uma música chamada FREVO (essa informação foi confirmada pelo estudioso e pesquisador: Evandro Rabelo). Outra importante informação, sobre o evento, é que em 1869 saíram às ruas do Recife OS AZUCRINS grupo anárquico (troça) com características de agremiação carnavalesca.
O vocábulo FREVO aparece, pela primeira vez na edição de 9 de fevereiro de 1907, numa coluna carnavalesca do Jornal Pequeno (em Recife). Foi através de um metaplasmo lingüístico (acréscimo, supressão ou troca de fonemas na palavra, ou como preferem alguns estudiosos – uma corruptela) na expressão ``frevo`` que vem de ``frever`` (ferver) e que lembra também efervescência ou rebuliço, etc! O frevo, o mais característico folguedo pernambucano, é o retrato do carnaval, sua certidão de nascimento, incontestavelmente, genuinamente, é recifense e nasceu no pé do povão. É um ritmo ímpar, não há nada igual, mexe com todo o corpo. “O frevo é uma invenção do povo pernambucano”, Leonardo Dantas. Esse ritmo vem do último quartel do século XIX, nascido das fanfarras, das bandas militares da época. “O frevo, como música, recebeu a influência do dobrado, do pastoril, da modinha, da polca e do maxixe”, Waldemar de Oliveira. O passo como dança inventiva, é uma coreografia espontânea, livre e surge ao gosto do passista. É um jogo de braços e pernas um legado dos capoeiras, do final do século XIX no Recife, o que hoje é passo e o passista.O pesquisador Jairo Cabral, assim, define o frevo em suas frenéticas metáforas:
“O frevo de rua é arrebatadoramente viril, ferve e faz ferver o sangue pernambucano, na magia louca do seu ritmo. Espeta a quem o olha da calçada e endoidece a quem nos seus braços se joga. É fogoso como um macho no cio. Não pede licença, invade. Não pede passagem, arrasta. Na estridência diabólica dos seus metais, no compasso binário carrega o povo no cortejo delirante de momo. Devasta a rua tresloucado. É um choque elétrico que entra pela cabeça toma conta do corpo e se expressa no pé, na extasiante coreografia do passo”.
Levino Ferreira conseguiu, com muita competência, dar a maior expressão ao frevo instrumental de rua em suas composições: Lágrimas de Folião, Última Troça, Amália no Frevo, A Cobra Está Fumando, Papa-fila, Mexe com Tudo, Diabos Souto, Retalhos de Saudade, Último Dia, etc. Levino foi um mestre do frevo de rua como: “frevo-coqueiro”, “frevo-ventania” e o “frevo abafo”. Suas obras são riquezas incomparáveis do nosso acervo musical. “O frevo é uma música de perguntas e respostas: os metais perguntam e as paletas respondem” Maestro Duda. O “frevo-coqueiro” se destaca pelas notas altas produzidas pelos pistões, trompetes e trombones-varas; o “frevo-ventania” é produzido pelas paletas dos saxofones e dos clarinetes e o “frevo abafo” quando uma orquestra quer abafar a outras no encontros das ruas estreitas. Como exemplo disso temos: “Vassourinhas” (de Matias da Rocha) e “Cabelo de fogo” (do maestro Nunes), que são dois frevos de rua com notas altas e são bastante executados nos confrontos de orquestras durante o carnaval. “O frevo é um binário muito sacudido, bole no pernambucano, bole no brasileiro...” Antônio Carlos Nóbrega. Tantas são as definições do FREVO graças a sua dinâmica: “Nós somos tomados e arrebatados pelo frevo, pela sua grande potência rítmica...” Antônio José Madureira.
Durante os dias de Momo encontramos grupos organizados, vestindo figurinos coloridos, curtos e colado ao corpo com suas sombrinhas coreografando pelas ruas. Há também aquelas figuras anônimas que se esbagaçam no “frevo rasgado”. Das pernadas dos capoeiras temos hoje, classificado, muitos passos, como: dobradiça, tesoura, tesoura no ar, locomotiva, ferrolho, parafuso, pontilhado, saci-Pererê, metrô de superfície, rã eletrizada, caindo nas molas, dobradiça, abanando o fogareiro, ponta de pé e calcanhar, abanando, caindo nas moas, folha seca, carrossel, machucadinho, rojão e a tradicional pernada, etc.. O frevo já está no código genético do pernambucano! No dia 9 de fevereiro de 2007, às 16h. o Conselho Consultivo do IPHAN em Recife, reuniu-se, na Igreja Concatedral de Olinda e Recife, São Pedro dos Clérigos, no histórico Pátio de São Pedro, para então, declarar o FREVO PERNAMBUCANO um Patrimônio Cultural Imaterial inscrevendo-o no Livro de Registro Das Formas de Expressões. Após as formalidades o artista pernambucano Antonio Carlos Nóbrega, junto a diversos artistas compositores e músicos e o povo, comandaram um ARRASTÃO DO FREVO pelas ruas do Recife.
FREVO CANÇAO. Esse frevo nasceu depois e encontrou em Capiba, Nelson Ferreira, Luiz Bandeira, Antônio Maria, entre outros, o nascedouro das mais belas composições, com traços poéticos, genuinamente, pernambucanos e que nos remete ao passado dos saudosos carnavais. BLOCOS. Surgiram na década de vinte das reuniões festivas de família e das serestas feitas por pessoas da Classe Média de Recife e Olinda e aprimoram-se nos anos trinta. A orquestra compunha-se de instrumentos oriundos da própria seresta como violões, violas, cavaquinhos, banjos e bandolins e mais a percussão. Daí “Banda de Pau e Corda”. A partir dos anos sessenta foram inseridos alguns metais como o clarinete e o sax. O grupo completa-se com um coral feminino. Hoje são agremiações carnavalescas, formadas por pessoas de determinado bairro ou clube social e desfilam, geralmente, à noite, dançando e cantando suas músicas, (marcha de bloco) ao som da orquestra de pau e corda que geralmente são líricos. Os Blocos preferem fantasias luxuosas e temas saudosistas exaltam a beleza e valores de uma época e quase sempre há um enredo que lembra certo acontecimento histórico. A frente da agremiação destaca-se o flabelo. Alguns blocos se destacam, como: Bloco da Saudade, Banhistas do Pina (Recife), Flor da Lira em Olinda, entre outros. Temos também os blocos de frevo tocam e cantam frevo-canção e incluem na banda os metais. O frevo de bloco encontrou em Edgar Morais um dos maiores representantes que traduziu em versos e melodias o sentimento pernambucano, sobretudo, recifense sobre esse gênero do carnaval. Para os pernambucanos o frevo é alma do folião. O dia 1º de novembro é o Dia do Frevo de Bloco (Lei n. 17.026/2004 CMR) é uma homenagem ao “General Cinco Estrelas”, Edgar Moraes.