quinta-feira, 1 de setembro de 2011

PERNAMBUCO: LEÃO DO NORTE



Olinda: berço da nacionalidade. Pernambuco: berço da liberdade.
Quem discordaria desses galardões que estão como subtítulos? A formação nacional começa, verdadeiramente, em Olinda sede administrativa da única capitania que deu certo durante o primeiro século da colonização. Na velha Marim ainda estão algumas testemunhas mudas dos primórdios. A economia do Brasil começa em Olinda com a implantação dos cinco primeiros engenhos de cana-de-açúcar por Duarte Coelho, ao longo do Vale do Beberibe, na década de 1540 sendo o primeiro do Brasil em 1542, batizado por Nossa Senha da Ajuda. O primeiro traçado urbano do Brasil, os monumentos do século XVI que revelam a história junto ao seu povo que mereceu o magno título de MEMÓRIA DO MUNDO (em 2008) além de outros tão importantes como: CIDADE ECOLÓGICA (1980), PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE (1982) e PRIMEIRA CAPITAL BRASILEIRA DA CULTURA (2006).
Os ventos de Veneza, os ideais e idéias do Liberalismo Democrático da Inglaterra e da França do século XVIII e início do século XIX sopraram para a América do Sul. Os movimentos libertários, surgidos em Pernambuco, a partir da expulsão dos holandeses, o primeiro Grito de República com Bernardo Viera de Melo, em 1710; e os movimentos do século seguinte não quer dizer que os pernambucanos foram separatistas, como pensam alguns historiadores; foram reações naturais contra os abusos do Império, contra a incoerência da Coroa Portuguesa junto ao atraso e a ausência de políticas públicas que sofreu o Brasil, por muito tempo, especialmente, durante os longos anos da colonização. Enquanto Olinda revelou-se numa cidade mater, nas primeiras fases da Era Colonial Recife tornou-se libertária, na Era Nacional. 1817, 1821, 1824 e 1848 foram épocas marcantes para a história do Brasil; movimentos que imortalizaram grandes heróis pernambucanos e de outras plagas, que no dizer do Respeitável Irmão Maçom Adauto Barreto: “foram eles os PROTOLIBERTADORES do Brasil”. É bom lembrar que os abolicionistas da Bahia passaram pela Escola do Recife que junto a Joaquim Nabuco, Tobias Barreto e Saldanha Marinho aqui iniciaram a grande escalada para abolição a partir da Faculdade de Direito do Recife e do palco do Santa Isabel.
Ao final do século XIX Pernambuco deixa para trás o rótulo de empório comercial para mostrar ao Brasil e ao mundo sua importância política, econômica e cultural. Pernambuco é um dos estados brasileiros que mais se afirmam por sua cultura popular, rica e diversificada, é conhecido como “a terra de todos os ritmos”. É um celeiro de músicos, repentistas, cantadores, poetas, escritores, historiadores, teatrólogos, jornalistas, artesãos e artistas plásticos com as mais variadas expressões e técnicas da arte acadêmica e popular. O folclore em Pernambuco reúne o maior conjunto das expressões populares do Brasil. O mestre João Santiago afirmou que: “A cultura popular pernambucana realiza o quase milagre de manter paralelamente vivos o novo espírito de racionalismo e técnica, e o velho espírito de suas tradições”.

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